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Empresários brasileiros apostam na diversificação para sair da crise no Japão

Para fugir da crise econômica que afeta o Japão desde o final de 2008 e recuperar os lucros - que caíram em média de 50% a 70% -, empresários brasileiros no país apostam na diversificação de produtos e no atendimento a outras comunidades estrangeiras.

Eiji Kuwabara, 35, dono de uma empresa de eletrônicos de Tóquio, viu as vendas caírem até 60% em meados de 2009. "Fiz cortes de custos e diversifiquei o atendimento", conta o comerciante.

Agora, além de brasileiros, eles atendem filipinos, norte-americanos e outras nacionalidades que falem o inglês. "Com isso, já conseguimos recuperar um pouco as vendas", comemora.

Mário Makuda, empresário do ramo de mídia, também viu o lucro diminuir rapidamente no final de 2008. "Nos quatro últimos meses de 2008 perdemos 70% do faturamento", contabiliza. "Em abril de 2009 já estávamos no vermelho", emenda.

Para sair do sufoco, ele reformulou a revista que publicava para a comunidade brasileira, que deixou de circular em todo o território japonês, e se concentrou numa só região. "Tínhamos uma média de 180 anúncios por edição que caiu para 30", lembra.

Agora, além do material em português, Makuda passou a produzir uma revista em espanhol. "O mercado brasileiro estagnou, não tem anunciante novo. Então, temos de buscar outros mercados para continuar o negócio", diz.

Importados

Esta diversificação pode ser vista também nas lojas de produtos importados do Brasil, espalhadas por todo o país.

As marcas brasileiras dividem hoje espaço nas prateleiras com produtos tailandeses, chineses, indonésios, filipinos e de outros cantos da Ásia.

Sérgio Tinen, 46, consultor de empresas e organizador da expoBusiness, uma tradicional feira anual de negócios brasileiros no Japão, lembra que cerca de 70 mil brasileiros já voltaram ao país natal.

Segundo dados não-oficiais, restam no arquipélago hoje em torno de 250 mil brasileiros.

"O mercado encolheu e, para sobreviver, os empresários foram obrigados a mudar o foco dos negócios e atender outras comunidades estrangeiras no Japão ou até mesmo os japoneses", diz Tinen.

Em 2008, no auge da expansão do comércio brasileiro, a feira de Tinen chegou a reunir 120 grandes e médias empresas em 230 estandes.

No ano seguinte, o número caiu para 50 empresas. Neste ano, frente a uma leve recuperação do mercado, 70 empresas participaram do evento, realizado neste último final de semana em Nagoya, na província de Aichi.

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