HOME |
O Japão estaria sendo vítima de três “ataques dirigidos”: um deles teria infectado computadores da câmara dos deputados do país; outro teria infectado computadores em embaixadas ao redor do mundo e o terceiro, divulgado em setembro, teria comprometido a fabricante de armas Mitsubishi Heavy Industries para, segundo informações recentes, roubar dados sigilosos sobre projetos de armas e reatores nucleares.
Mas os ataques aos japoneses não são os únicos que estão ocorrendo de forma “dirigida”. Pesquisadores de antivírus estão ocupados analisando o vírus “Duqu”, uma praga digital que foi considerada semelhante ao Stuxnet, o código malicioso responsável por interferir com o programa nuclear iraniano em 2010.
Embora aparentemente não relacionados, esses ataques estão na mesma classe. Os “ataques direcionados” ou “ataques dirigidos” são realizados por hackers que buscam infectar ou invadir um sistema específico, diferente da maioria dos ataques que ocorre na internet, em que os criminosos não estão preocupados com cada vítima individual. Os ataques dirigidos usam estratégias próprias e criativas, sendo mais difíceis de evitar.
Ataques ao Japão
A invasão à empresa Mitsubishi Heavy Industries (MHI) ocorreu em agosto e foi divulgada em setembro. A empresa afirmou na ocasião que apenas algumas poucas informações sobre seus sistemas teriam sido vazadas.
A MHI é a principal fabricante de armas para o exército japonês e também desenvolve componentes para reatores nucleares, além de ter uma parceria com a Boeing para a construção dos aviões 787 Dreamliner.
Uma reportagem no jornal japonês “Asahi Shimbun” citando apenas fontes anônimas afirma que informações sobre reatores nucleares e equipamentos do exército, como caças, teriam sido roubados dos computadores infectados. As fontes citadas pelo jornal teriam conhecimento dos resultados de uma investigação interna que a companhia realizou nos 83 sistemas em que códigos maliciosos foram detectados.
Outro ataque revelado recentemente teria infectado computadores da câmara dos deputados do Japão nos meses de julho e agosto. Deputados estariam evitando usar computadores e servidores do governo, preferindo usar seus computadores pessoais para evitar o roubo de dados devido a um ataque nos sistemas da câmara.
Um terceiro ataque ao país asiático foi publicado pelo jornal Yomiuri. Segundo o jornal, computadores nas embaixadas japoneses no Canadá, na China, na Friança, na Holanda, na Coreia do Sul, nos Estados Unidos e em Burma teriam sido comprometidos. O governo japonês afirmou que nenhuma informação teria sido roubada pelos ataques