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A difícil situação provocada pelo terremoto e o tsunami que atingiu o país no dia 11 de março na usina de Fukushima mantém, por revisão e prevenção, 35 dos 54 reatores nucleares do Japão parados desde março.
A maioria dos moradores das províncias vizinhas à central se nega a ativar os reatores até que sua segurança seja garantida pelas autoridades de um país que obtém 30% de sua energia da fissão atômica.
Por isso, o Governo e as elétricas solicitaram às famílias e empresas, especialmente na região oriental, mais exposta aos efeitos da catástrofe de março, que reduzam a partir de sexta-feira até fim de setembro seu consumo energético em 15%.
Vários fabricantes de veículos, entre eles Nissan, Honda e Fuji Heavy, se anteciparam um dia à medida e fecharam nesta quinta-feira muitas de suas fábricas, mesmo sendo um período que o setor luta para se recuperar do terremoto.
Apesar das limitações no consumo, os grandes grupos automobilísticos, incluindo o líder, Toyota, mantêm seu objetivo de levar sua produção até os níveis anteriores ao terremoto.
O resto da indústria do motor paralisará suas produções pelas quintas e sextas-feiras a partir desta semana, de acordo com um plano estipulado em maio que estabelece fechamentos durante a semana de trabalho e aberturas aos sábados e domingos, quando a demanda energética for menor.
A medida é necessária, já que as 10 elétricas que monopolizam o abastecimento nas diferentes regiões do Japão calcularam que seu excedente de geração médio para o verão será só de 6,2% , abaixo dos 8% recomendável.
E embora nesta quinta-feira a Tokyo Electric Power (TEPCO), proprietária da central de Fukushima, anunciasse que será capaz de produzir, pela primeira vez após a catástrofe, mais de 50 milhões de quilowatts em horas de máximo consumo, sua demanda na quarta-feira, na hora do rush já superou os 45 milhões.
O transporte público, pilar fundamental da rotina do Japão, sofrerá grandes cortes, como assinalou um porta-voz de Tokyo Metro à Agência Efe, rede que transporta 6,3 milhões de passageiros ao dia na zona metropolitana da capital.
Segundo o representante, a empresa reduzirá a circulação de comboios em até 20% durante os dias comerciais (entre 12 e 15 serviços a menos), além de reduzir a intensidade do ar condicionado nos vagões.
JR East, que opera trens municipais e interurbanos no leste do Japão, reduzirá por sua vez o serviço em algumas linhas até 40%, enquanto JR Central, que faz o mesmo no centro do país, cortará a climatização em alguns trechos do trem bala.
A iminência dos cortes já afetou os hábitos de consumo de muitos japoneses e de outro grande setor industrial, o dos fabricantes de dispositivos elétricos.
Um porta-voz de um dos grandes distribuidores de aparelhos em Tóquio, indicou à Efe que a venda de ventiladores já triplicou em relação ao ano passado.
A tendência responde a que, como se lembra nestes últimos dias, o eletrodoméstico que mais consome energia nas residências é o ar-condicionado, quase imprescindível em muitas localidades japonesas onde no verão superam os 30 graus e 70% da umidade relativa.