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Honda quer cortar 50% da produção e demitir 1.270 em SP
Funcionários da montadora de veículos Honda em Sumaré, no interior de São Paulo, paralisaram as atividades hoje após a empresa anunciar a intenção de reduzir a produção em 50% e demitir 1.270 dos 3.474 funcionários. O motivo da redução está relacionado à falta de peças da matriz japonesa, que ainda sofre com os efeitos pós terremoto e tsunami que atingiu o Japão em março. Com a falta de componentes eletrônicos e equipamentos para câmbio, entre outros, a Honda vai reduzir sua produção na fábrica de Sumaré de 600 unidades para 300 unidades por dia.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, na decisão da montadora também estão os 10 dias de licença entre 23 de maio e 5 de junho. A partir de 6 de junho até dezembro a fábrica iria trabalhar com 50% de sua capacidade de produção.
"Não se sabe o que vai acontecer em 2012", disse o presidente do sindicato, Jair dos Santos. De acordo com ele, o impacto com as demissões será imediato e afetará toda a cadeia. Cada funcionário demitido na Honda significa outras oito demissões de ordem direta em empresas que abastecem a montadora. " A KS Pistões, por exemplo, produz 2.400 pistões por dia para a Honda. A Benteler faz eixos para os carros e a Faurecia, em Limeira, escapamentos, e todas, provavelmente, podem demitir a metade dos trabalhadores".
Proposta
O Sindicato propõe que a Honda suspenda a intenção de demitir, faça a redução da jornada em cinco horas e meia e um rodízio de férias em grupos de 400 trabalhadores entre junho e dezembro. O Sindicato aguarda uma resposta da montadora.
Outra montadora japonesa na região de Campinas, a Toyota, em Indaiatuba, também está sentindo os efeitos do terremoto no Japão. A empresa já acertou com os funcionários três paralisações diárias, para contornar a falta de peças. Houve paralisações nos dias 25 de abril, 6 de maio e a próxima será em 20 de maio.