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Brasileiros enfrentam filas para sair do Japão

O terremoto seguido de tsunami, além da ameaça constante de um desastre nuclear, foi demais para alguns brasileiros - até mesmo aqueles que vivem há décadas no Japão e já estavam acostumados aos abalos sísmicos. Assustados, correm contra o tempo para acertar sua situação e buscam embarcar o mais rápido possível para o Brasil.

O Consulado brasileiro em Tóquio vem atendendo, na última semana, pelo menos 200 pessoas por dia para regularizar seus documentos. Devido à grande demanda, o órgão anunciou que ficará aberto hoje e na segunda-feira, das 9 às 14 horas, somente para emitir e renovar passaportes e fazer o registro de nascimento de crianças brasileiras. A partir de terça-feira, o atendimento voltará ao normal.

Quem conseguir a regularização, também encontrará problemas em todos os aeroportos do Japão, que estão lotados de estrangeiros e, alguns japoneses, querendo deixar o país. Segundo informações das companhias aéreas, só no final deste mês haverá passagens disponíveis para o Brasil. Para evitar tumulto, as autoridades aeroportuárias japonesas estão pedindo para as pessoas que não têm passa-gem para não se dirigirem aos aeroportos. Não há previsão de normalização dos serviços. Para piorar, a maioria dos aeroportos japoneses tem reservas de combustível somente para os próximos 10 dias, segundo a primeira avaliação da Associação Internacional de Transporte Aéreo.

Em entrevista ao São Paulo Shimbun, o representante da Sanshin Trading, Jorge Koshima, que faz o transporte de pertences do Japão para o Brasil, de navio, confirma que a procura cresceu. “Aumentou sim, mas também não adianta as pessoas se precipitarem porque não está fácil embarcar”, avisa. Sobre a entrega de serviços já contratados, Koshima admite que pode haver atrasos. “O Japão está com problema de falta de diesel, o que pode atrasar o envio. Mas contamos com o en-tendimento dos nossos clientes, caso aconteça”, afirma.

Com um problema atrás do outro, cresce a aflição de parentes que não estão conseguindo contato com pessoas no Japão. É o caso de Larissa Yakane, que não tem notícias dos avós e das tias há três dias. “Assim que aconteceu o terremoto, eles entraram em contato por e-mail, falando que, apesar de estar longe

do lugar aonde aconteceu tudo, eles queriam voltar porque estava tendo um terremoto atrás do outro. Mas agora eles não respondem mais”, conta ela, dizendo que os familiares estão em Gifu.


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